Um ano difícil termina, mas há muito a celebrar. Nossa gestão à frente da LIBRE completa um ano e aproveitamos esse momento de celebração para também comemorar nossas conquistas. Foi um ano extremamente desafiador, com a concentração de mercado mais uma vez se impondo nos pontos de venda e também nas compras públicas. Que, aliás, foram muito poucas, o que tornou o cenário mais crítico ainda para as editoras independentes. Mas tivemos avanços muito importantes na discussão da Lei Cortez, defendida pela LIBRE desde que esse tema surgiu no cenário, ainda em tempos de grandes megastores. E algumas conquistas internas, que podem parecer pouco expressivas, mas que fazem todo o sentido em uma instituição que vive do trabalho voluntário de sua diretoria, apoiado por uma equipe enxutíssima, mas muito valente. A principal delas é que conseguimos aprovar a Primavera dos Livros na Lei Rouanet, o que vai facilitar demais a captação de recursos para o próximo ano. Todo o suporte nesse processo é muito bem-vindo e esperamos contar com nossas associadas nesse processo. Tivemos o apoio financeiro da Digitaliza, empresa totalmente nacional que produz e distribui e-books em todas as plataformas, com as melhores condições do mercado e ainda mais especiais para nossos associados. Isso nos apoiou em ações, especialmente para a participação em reuniões importantes em Brasília e em outros eventos do mercado editorial para o qual temos sido convidados com cada vez mais frequência. Realizamos a Primavera dos Livros em São Paulo em parceria com a Ação Educativa, que também coordena a Câmara Periférica do Livro, nossa associada com mais de 20 editoras periféricas não só de São Paulo, mas de outros estados também. Um suporte importante, que está à frente das discussões do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PELLLB), com uma mobilização de todo o estado para a construção de diretrizes para o universo literário e do livro que há muito já deveriam implantadas. Com o crescimento da extrema direita no Estado, tanto em seu governo estadual como municipal, é importante estar vigilante para garantir que as conquistas da bibliodiversidade, sempre defendidas pela LIBRE, se mantenham e se ampliem. Não é o que estamos vendo, mas estamos atuando juridicamente para evitar a concentração das compras públicas e a garantia da pluralidade de pensamento nos livros que chegam às crianças do Brasil. Discussões fundamentais – e nem sempre abraçadas por outras entidades do livro – como a falsa simetria entre a censura moralista e a crítica ética a obras que atacam os direitos humanos e as próprias regras de licitação generalistas que tanto prejudicam o mundo do livro foram realizadas tanto na Primavera de São Paulo como na Casa Libre, na Flip, que contou com o apoio da Graviola Digital. Para o próximo ano, teremos a Primavera dos Livros de Belo Horizonte, em maio, e esperamos voltar com uma nova Primavera dos Livros do Rio de Janeiro, dentro das comemorações da cidade como capital mundial dos livros pela Unesco. A não realização do evento este ano foi um recuo estratégico, baseado em muito estudo e reflexão, para que no próximo ano possamos fortalecer ainda mais a presença das editoras independentes no mercado. |

|